segunda-feira, agosto 30, 2004

Um bronze pintado a ouro

A medalha de ouro é o prêmio máximo dado a um atleta em uma olimpíada, o souvenir olímpico perseguido pelos competidores. Porém, o que fica gravado na memória das pessoas nem sempre é a obtenção do primeiro lugar. Um exemplo, já manjado, é o caso da suíça Gabrielle Andersen-Scheiss, que cruzou os últimos metros da maratona feminina, em 1982, completamente esgotada e acabou virando um símbolo do espírito olímpico.

Pois não é que, já no apagar das luzes gregas, na mais tradicional prova da história dos jogos, um brasileiro ganhou seu momento de glória, mesmo não tendo chegado ao degrau mais alto do pódio? Acredito que o italiano conseguisse ultrapassar o nosso representante, mesmo se o ensandecido de saias não tivesse dado o ar de sua falta de graça. De repente até mesmo a prata continuasse com o atleta dos Estados Unidos. Mas o que será repetido à exaustão, sempre que houver uma retrospectiva das edições olímpicas, não será a entrega do ouro ao maratonista Stefano Baldini. A imagem que ficará marcada dessa maratona em Atenas, será o olhar apavorado de Vanderlei Cordeiro de Lima, diante da aproximação do irlandês maluco.

Não bastasse tudo isso, Vanderlei ainda vai embora da Grécia levando na bagagem uma medalha de bronze, a "Medalha Pierre de Coubertin" e 200 mil reais do Grupo Pão de Açúcar. Ô, cara de sorte!