A dama e o vagabundo

Assistindo à edição do telejornal "Bom dia, Brasil" de hoje, acompanhei uma matéria sobre o mercado cada vez mais crescente das petshops em São Paulo. As lojas oferecem uma infinidade de mimos aos bichinhos de estimação, em sua maioria formada por seres caninos. "Você não tem a menor pena de gastar uma fortuna por mês com o seu cachorrinho?", pergunta a repórter a uma dondoca emperequetada. "Não, ele merece todos os gastos". É banho de ofurô (sic), massagem corporal, sessões de acupuntura, guloseimas... enfim, o escambau!

Mas o pior veio no final da matéria. A apresentadora informou que esse mercado já movimenta mais de um bilhão de reais por ano e a cidade de São Paulo conta com uma população de um milhão de cachorros. E eis que o Alexandre Garcia, no estúdio, completa: "Tá vendo? É mais uma prova de que a economia está crescendo no Brasil e não existe mais crise". Fico pensando como é que um jornalista pode falar uma besteira tão grande dessas, em rede nacional! Em que país ele pensa que está vivendo? Na Disneylândia?

Para cada número "x" de animais bem tratados nas casas de família, devem existir "4x" vira-latas abandonados pelas ruas, abaixo da linha da miséria, que não se benificiaM com nenhum centavo desse bilhão. O negócio está feio. É a concentração de renda chegando ao mundo cão!